Olá leitores:
A fotografia se baseia num tripé de luz: ISO, Velocidade e Abertura. Chama-se “Lei da Reciprocidade Fotográfica”.
Quando vamos clicar uma foto, devemos tentar harmonizar estes três itens.
Normalmente, deixamos já estabelecida a sensibilidade do sensor. Isso é do tempo que colocávamos um filme na máquina e todas as fotos eram clicadas com a mesma ASA. (se você conhece, tá ficando velhinho…)
Vamos falar sobre o ISO, que é o que menos deve ser mexido, mas pode causar um grande estrago. Ou não, basta saber utilizar.
Ele se refere à sensibilidade do sensor.
O ISO padrão na maioria das máquinas é o 100 (Deveria ser 160).
Hoje, ele pode passar de 100 mil. Mas nas câmeras de entrada, na maioria das vezes, passando de 1600 ou 3200, a foto já não fica boa.
Vamos imaginar um celularzinho e um home theater moderno.
Os dois podem tocar música em determinados volumes.
Se você colocar o celular no máximo, talvez ouça a música com alguns chiados, enquanto que no aparelho de som, o som na mesma altura pode vir limpo.
Isto se dá porque você “forçou” os auto-falantes do celular além do que eles podiam razoavelmente aguentar. O som sai, mas a qualidade é sacrificada.
É a mesma coisa com o aumento do ISO. Ele foi projetado para a sensibilidade 160 (ou 100).
(Isso normalmente, pois há exceções).
Quando aumentamos o ISO, estamos como que forçando o sensor a “enxergar” mais luz onde ela não existe. Isto, consequentemente cria ruídos elétricos. A situação fica mais crítica em áreas monocromáticas e mais escuras da foto, como um céu azul ou uma sombra.
Isso quer dizer que só se deve utilizar o ISO 100?
Não, por dois motivos.
1- As máquinas atuais suportam ISOs bem altos. Até 400, de olhos fechados.
Até 800, razoável. Em algumas até 1600, fica apresentável. A T3i para por aí, bem ruinzinha. Se tirar fotos em 3200 ou 6400, pode-se esperar fotos medíocres. Algumas máquinas mais atuais, como a 80D (tá, já está ficando velha, também) produzem fotos boas até 1600 ou 3200. Outras, full frame, podem subir para 5 ou 6 mil. Algumas mirroless Sony produzem fotos com ISOs gigantescos sem degradar tanto a imagem quanto deveria, pelo ISO altíssimo.
2- É melhor tirar fotos “medíocres” que não tirar nenhuma, ou ela ficar tremida ou muito escura, por falta de luz.
O fato de se poder dar um “tapa” numa pós-produção com um software redutor de ruídos, pode ser a diferença entre uma foto boa e nenhuma. Atente-se de que se pode diminuir um pouco o ruído causado pelo ISO alto, mas não se pode arrumar uma foto desfocada ou tremida por falta de luz. Além disso, em P&B, o ISO alto não faz muita diferença, às vezes fica até bonito.
Assim, determine aproximadamente seu ISO base, antes de começar a regular os outros itens.
Por exemplo, se vamos fotografar à noite, só com a máquina, temos que utilizar obrigatoriamente um ISO mais alto.
A sensibilidade ISO ajuda também a captar a luz ambiente.
As fotos abaixo estão com ISOs bem altos (para a T3i): 5000, 5000 e 6400, respectivamente. À noite e sem tripé, ou era isso ou nada.
Hoje, eu normalmente determino o ISO de pronto, por meio de uma medição com o fotômetro de mão ou do celular.
A partir daí, ele fica fixo. Assim, só me preocupo com os outros dois itens, principalmente em casos que tenho que se fazer disparos rápidos e cuidar de três itens se tornaria uma desvantagem.
Também, podemos colocar um teto no ISO e deixar a câmera nos ajudar. Isto pode ser útil se não temos tempo para determinar o ISO correto ou desejável.
O ideal, se sua máquina permitir, é você fazer as mudanças em múltiplos de 160, pois é como os sensores são codificados originalmente.
Até o próximo assunto.